segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Fico

Ah! Quero sentir teu cheiro!
Mas um cheiro livre
Que não me estagne e não me deixe inquieto com tua busca,
Buscar-te me preocupa
Não te quero no armário num quartinho de filó
Muito menos perder-te no mundo, isso dói
Quero-te por perto, com o peito aberto pra me querer.
Sabe que o melhor sentimento é o que se sente sem precisar ter
Boa moça, pele branca, alma e tudo.
Fica!
Vai, mas...
Fica!
Que ficar me faz bem
Fica!
Coragem!

Gabriel Ide


Em resposta

Pois eu fico sem temer;
Meu sentir não precisa ser;
Fico, pois desejo-te com cada célula que me cabe;
Fico, pois não a cheiro que me acabe;
Assim;
Dourado, rosa e anil;
Amor esse que ninguém nunca viu, sentiu;
Fico por querer-te assim tão intensamente;
Busca minha incessante;
Inquieta é, não dá para fugir;
Uma inquietação de silencio;
Pausa;
Fim;
Não posso parar de te amar assim,
Mesmo se quisesse seria por demais tarde;
Chico cantou pra mim, pra que eu te encontrasse...
'te dei meus olhos pra tomares conta'

Patrícia Canella

Pro meu Luar

Vem me esquentar neguinha,
hoje tá calor mais ainda dá pra melhorar
Dá pra sambar, cantar e sorrir
dá pra pular, requebrar e fluir
Sei que além não há nada que não seja nós
pra isso basta ouvir tua voz
vejo seus olhos e me derreto
sinto teu cheiro e estremeço
quanta paixão, quanto amor
vem me dê a mão, a vida mal começou.
O teu sorriso ainda há de iluminar mil vidas
e meu ciúme consumir-me toda
tua poesia não me pertence
mas teu abraço sim
as tuas lágrimas eu seco
ressuscito teu brilho
sou teu ombro, teu amigo
vem me esquentar neguinha
fundir teu bloco ao meu, desfilar.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Muito mais ou menos

Até que se parece com ânimo, mesmo tendo tons de arrastar. O mau humor e falta de vontade, a irritação com qualquer palavra oriunda de ti. Fico eu aqui, lendo, lendo, me deleito com outros mundos, pra ser sincera meu bem, não estou tendo paciência pro meu, nem pro seu, nem pro de ninguém.
Estou bem, bem sarcástica, com um ar de superioridade que eu não tolero nem em mim e nem em ninguém . Deixa estar, não é assim que dizem?
Pra você não dou mais nada, nem pra mim estou podendo dar. É verdade mesmo que ninguém me pediu nada.
Vou levando na vidinha mais ou menos que não pedi, escola, casa, livros didáticos, livros fantásticos e a academia. Nem mais e nem menos. Eu sei que é entediante, mas diante dos fatos eu estou fazendo até demais.
Um sorriso de quem gosto, e um meu pra quem bem quero.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Refaço

As estruturas se abalam, mas o mundo não pára. doce ilusão essa de buscar firmeza num tal de congelamento. Pois sim, pois não. Voe assim então. Não me desfaço mais, sou e sou e ponto. Adiante com ideias e sensações, sou e não sou. Deixa que eu me contradiga, não te pedi minhas palavras, não fale por mim.
Levando, levando... Seguindo então assim.
Sem meio, começo, sem fim!
Abalaram as estruturas, mas as essências estão intactas, fecho os olhos e vejo... irônico não? Mesmo quando me perco me acho. Mesmo quando desço, subo. Mesmo quando quebro, refaço.
Luz, força e brilho.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Tudo bem

Amanheceu um lindo dia, mas dentro de mim o sol não queria brilhar. O céu era de um azul celeste e não havia sequer uma nuvem, digno de muita praia, cachoeira e até quem sabe uma piscina. Peguei minha mochila e fui pro inferno. Tempestade minha, grande chuva, tive medo mais uma vez, se única não sei. Toda aquela enrolação que eu mesma faço não me levar a nada... Os ares falsos, os olhares vazios e uma competição que dói à meu ver. Mais algumas horas se foram e eu retorno. Ainda faz sol, muito sol... Ainda faz frio, temporal! Ligo, desligo e finjo haver um alicerce a algumas horas de mim. Nada...
O frio aumenta, aumenta e desmorono, tive hipotermia...
Mensagens, palavras, vazio...
Há quem diga que toda essa arquitetura me segurará, mas é quando há mais frio que derretes lá, não é esse derreter que me envolve.
É um derreter que ao mesmo que quero, me enraivece, sabe-se lá. Não te entristeça!Mas também não desapareça.
Faço copo d'água cair, céu abrir e olhos cerrarem.
Travesseiros, cobertas, e nenhuma, nenhuma comida.
Lágrimas, muitas, e apertões.
Socar-te!Socar-me! Calar-me!
Fingir, há de ser assim.