terça-feira, 26 de agosto de 2014

Te amo

Não consigo explicar de forma bem tangenciada a maneira que é sentir-se perto e longe de alguém. Não falo de distanciamento emocional, espiritual, ou nada assim, é algo bem mais platônico que me faz perder a graciosidade das palavras. Falo de tocar o arrepio da pele de alguém, penetrar em seus olhos claros, cor de mel e, ainda assim, sentir como se, todo aquele corpo que ali se encontra enroscado ao seu, lhe é inalcançável. Uma linha tênue entre o que lhe é palpável e real e o que, psiquicamente, lhe parece impossível. Talvez eu esteja apenas falando da incredulidade. Quando a sintonia, o tato, os toques afáveis de olhos lhes são tão puros, suaves e paradoxalmente intensos ao mesmo. Quando estar perto se faz gélido e quente ao mesmo, numa combinação sinestésica que faz estômagos tremerem. Acho que descobri, finalmente, o que é o amor. Não é o nervoso ou a calma, nem o medo ou a coragem. É uma fusão de todas as coisas. Sentidas num só momento descrito em um segundo eterno. É ter medo e ser corajoso, é fugir e se entregar. Sentir-se arrepiado de frio e possuir o corpo quente ao mesmo tempo. Suar e sentir-se ressecado. É a infinidade de ser, sentir, manifestar. O tudo e o todo combinados naqueles dois corpos estendidos em uma cama, num domingo calmo, ensolarado. De quem pode deixar "o verão pra mais tarde" e querer viver o mundo todo, juntos, intensamente, ao mesmo tempo.