sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Quando é verão

Eu não quero que você esqueça. Nunca quis. Não sei dos gostos, cheiros, e arrepios que dão. Não sei explicar porque não foi assim antes, o porque de tudo ser tardiamente. Tempo perdido e errôneo. Um toque e minhas mãos tremem. Me explica o que houve aqui. Nesse segundo de sorrisos, gargalhadas e logo, silêncio. Essa coisa na barriga me dá medo. Calor e imaginação, uma nostalgia louca de canções. Verão. De longe um calor que me lembra praia, e perto a vontade do frio acobertado. Mas ainda é verão despido. Talvez seja eu, embriagada de mim.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Paralelepípedos

Eu queria poder voltar e congelar o tempo numa noite gélida qualquer, naquela cidadezinha, nos abraços que aquele mundo me dava. Meus gritos calados que pareciam ter ouvidos. Hoje, sinto apenas a solidão lamber-me a face e tudo que era meu se esvaiu. Não tenho mais aquele frio que me aquecia, aquele mundo que mesmo triste me fazia sorrir. Paralelepípedos, casas vazias, semi galerias de nós. Nós, os meus amigos que em seus caminhos nem devem fazer ideia do que aquilo foi. Em toda inexistência a qual vagávamos, tudo parecia possuir um sentido, mesmo que insano. Andanças noturnas, sem rumos quaisquer, teatros improvisados que ainda guardo em nossas fotografias. Tão bom ser estrela desse nosso palco. E de repente, o mundo se cala e os passos se desencontram e simplesmente nos tornamos coadjuvantes de um mundo que nos engole. O silêncios dos abraços acalentam minha alma ainda por anos depois.E o cinza dos paralelepípedos que trepidam em minha memoria não me deixam dormir. No bem ou no mal, pra mim foi tudo.