tag:blogger.com,1999:blog-65563051936236195802024-03-13T22:55:23.293-07:00Sombras de novo mundoNada além de pensamentos.sombrasdeumnovomundohttp://www.blogger.com/profile/06057973877293026952noreply@blogger.comBlogger149125tag:blogger.com,1999:blog-6556305193623619580.post-61441345594369956772014-11-02T07:07:00.000-08:002014-11-02T07:07:04.111-08:00Das voltasOlhe bem fixamente em meus olhos e me diga que não vê as voltas que você me faz dar. Criatura, meu ser alui em seus braços. Apenas um toque, e despertas. Não sou capaz de não admirar e ao mesmo tempo odiar-te por esta capacidade de me desfazer.
Uma imensidão em lágrimas, saliva e abraços. Todas aquelas falsas e verdadeiras juras do retorno. E até quando se sabe que o pra sempre de eterno nada tem. Você apenas retorna e fica por mais um período em meus suspiros.
Não tem como, eu não sei não morrer de amores por todos os sorrisos que me são roubados. Me deixe estar, na esquina de seus beijos, enquanto espero teu olhar. Sonhar ao saber que todos os pesares de vidas ínfimas vão além de rancores. Me dê sua mão, que acaricia, dedilha e dança por mim. Feche meus olhos com seus lábios novamente.
sombrasdeumnovomundohttp://www.blogger.com/profile/06057973877293026952noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6556305193623619580.post-55743278387833996512014-08-26T11:30:00.003-07:002014-08-26T11:30:30.090-07:00Te amoNão consigo explicar de forma bem tangenciada a maneira que é sentir-se perto e longe de alguém. Não falo de distanciamento emocional, espiritual, ou nada assim, é algo bem mais platônico que me faz perder a graciosidade das palavras.
Falo de tocar o arrepio da pele de alguém, penetrar em seus olhos claros, cor de mel e, ainda assim, sentir como se, todo aquele corpo que ali se encontra enroscado ao seu, lhe é inalcançável. Uma linha tênue entre o que lhe é palpável e real e o que, psiquicamente, lhe parece impossível. Talvez eu esteja apenas falando da incredulidade. Quando a sintonia, o tato, os toques afáveis de olhos lhes são tão puros, suaves e paradoxalmente intensos ao mesmo. Quando estar perto se faz gélido e quente ao mesmo, numa combinação sinestésica que faz estômagos tremerem.
Acho que descobri, finalmente, o que é o amor. Não é o nervoso ou a calma, nem o medo ou a coragem. É uma fusão de todas as coisas. Sentidas num só momento descrito em um segundo eterno. É ter medo e ser corajoso, é fugir e se entregar. Sentir-se arrepiado de frio e possuir o corpo quente ao mesmo tempo. Suar e sentir-se ressecado. É a infinidade de ser, sentir, manifestar. O tudo e o todo combinados naqueles dois corpos estendidos em uma cama, num domingo calmo, ensolarado. De quem pode deixar "o verão pra mais tarde" e querer viver o mundo todo, juntos, intensamente, ao mesmo tempo.sombrasdeumnovomundohttp://www.blogger.com/profile/06057973877293026952noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6556305193623619580.post-41938990747124182712014-07-04T19:59:00.002-07:002014-07-04T20:04:45.438-07:00CítricoO incenso diz trazer força e realizações, o cavalete foi recém montado numa espécie de descoberta interna muito louca, meio espiritual. Ao fundo músicas que mal cabem em palavras. Que falam diretamente com a alma. O frio chegou fortemente esse ano na serra, mas eu gosto de deixar uma brecha da janela e os pés desnudados numa espécie de sensação de não possuir o controle de tudo.
Um livro novo que fala sobre a graça das coisas, me condem, mas essa tal de Martha Medeiros tem a mania colocar em palavras tudo aquilo que eu não consigo. É engraçado ler-se por outra pessoa que nem sabe a sua existência.Isso só me prova como no final de tudo somos todos tão parecidos. Mesmo que tão diferentes. Angustias, medos, receios, amores, paixonites, erros. E é bom saber, aqui sentada, em meio a uma tentativa tola de beber um cítrico bem quente afim de aquecer os pés, que existe em algum lugar alguém com tais devaneios. Escrevo meia palavras, tomo um gole, danço uma música, abraço alguém mentalmente. Me canso na saliva. E retorno a realidade fria de minhas cobertas. Na idealização quase perfeita de uma sexta fria. Só faltando um pequeno detalhe que foi viver essa espécie de vida de vocês que mata.sombrasdeumnovomundohttp://www.blogger.com/profile/06057973877293026952noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6556305193623619580.post-41821389575426704282014-06-18T23:11:00.000-07:002014-06-18T23:11:03.344-07:00"One step closer"Ela tem os olhos de sua mãe. Um misto de doçura com aquela expressão de quem pede algo. O cheiro do perfume que esqueceram no armário, mas ainda lhe é familiar. E vocês caminham por aí. Por milhares de estradas e campos, gramados. Cantando músicas atoas no carro e fazendo piadas com transeuntes. Todas estas coisas bonitas que envolvem e embalam os apaixonados. Olhos que brilham, semelhanças e características paternas que nos fazem sentir uma espécie de aconchego no abraço do outro. Um sorriso, uma gargalhada, uma frase inesperada. Uma música cantada desafinadamente que deságua em crises de risos. Guerras de travesseiros combinadas a filmes não assistidos. Promessas, planos que se desfiguram no plano de uma imensidão que vocês podem enxergar juntos. Cada suspiro, cada toque, cada respiração ofegante que faz parecer que o chão treme. A coragem de dois.
A thousand years, one step closersombrasdeumnovomundohttp://www.blogger.com/profile/06057973877293026952noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6556305193623619580.post-13623122170738369052014-05-29T21:54:00.001-07:002014-05-29T21:54:37.637-07:00480 diasQuatrocentos e oitenta dias. Sim, todos estes dias por extenso. Mais uma viagem naquelas estradas que juntos nos traziam ao paraíso. Eu nem sabia que eu ainda podia chorar pensando em tudo aquilo. Na nossa naturalidade. Em como todo esse processo que as pessoas falam, sobre se conhecer e deixar acontecer. Tenho certeza que você também acha engraçado. Elas os usam de argumento pra não se entregarem e viver, não é mesmo? Ou vai ver o que se passa pela cabeça delas é diferente, porque elas nunca serão eu e você. Vai ver elas nunca se reconhecerão. Eu tenho pra mim, e isto foi dito milhares de vezes, entre beijos, abraços, odores e lágrimas, que na verdade eu nunca cheguei a te conhecer. A verdade é que por mais hollywoodiano que pareça, quando meus olhos te tocaram pela primeira vez eu já sabia tudo sobre você. Sabia que eu não iria a lugar nenhum, a partir dali, sem lembrar de você.E eu sei que esse foi o mesmo olhar que colou em mim enquanto eu, desengonçada entre a chuva, batia e caia no carro. É estranho pensar nisso hoje em dia, em que qualquer beijo me assusta. Eu acho que ninguém recebe um presente desse duas vezes na vida. Mas eu preciso acreditar. De olhar pra alguém e já saber o que é certo. Simultaneamente nossos peitos se inflaram de nós. Quão raro um amor assim pode ser? Que cresce em todas direções, sem que força nenhuma fosse feita. Foi feito calefação, nossos olhares, e então, tudo pronto. Sem que alguém pensasse na velocidade das coisas. Ah querido, como ser amada assim me deixou mal acostumada. Hoje eu não consigo querer menos do que já tive. E muitas vezes arrumo desculpas para ir embora. Porque ninguém no mundo me fez me amar tanto como você. Você me mostrou coisas em mim que eu nem poderia cogitar. Amou e me fez amar as minhas esquisitices e peculiaridades que eu passei uma vida escondendo de mim mesma. Você me ensinou a ser quem eu sou e que não importa se eu invento vozes pros personagens dos meus livros. Se eu canto fora do ritmo ou alcanço um agudo insuportável cantando Adriana Calcanhoto. Porque eram todas as minhas peculiaridades, desde comer uma panela de arroz escondido e dizer que uma fada roubou. Ou chorar porque dois velhinhos se abraçaram na rua. Dançar no meio do shopping pra te fazer passar vergonha. Eram elas que te faziam ficar. Não é como se eu o quisesse de volta. Não mesmo. Eu fico feliz ao ouvir alguém me sussurrar sua felicidade em alguma madrugada tola. E eu sussurro pro mundo que eu estou bem. Que eu também achei outro alguém e que meu peito transborda com esta felicidade. Mas a verdade é que é só pra você viver bem, porque eu sei que eu só fico bem se você ficar. E a reciproca sempre será verdadeira. Hoje eu entendo as tormentas, as turbulências e sei que o seu lugar não é mesmo aqui. Mas eu preciso te agradecer por me ensinar a amar. Amar você, me amar e aprender que amor não é isso que eles pintam nas paredes, ou fingem que sentem. O amor pode não ficar pra sempre, mas ele vem tão de dentro e é tão puro que nos faz querer ser mais. Melhores.
Quatrocentos e oitenta dias se passaram, menos do que os que passei ao seu lado, mas ainda sim o suficiente pra saber que o "você" que passa por mim não é mais o mesmo. E que o meu "eu" se tornou outra pessoa também. O fluxo contínuo da vida é a mudança. Mas tenha certeza que o "você" que esteve aqui nunca se esvairá.
sombrasdeumnovomundohttp://www.blogger.com/profile/06057973877293026952noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6556305193623619580.post-48211992360903147182014-04-29T23:53:00.002-07:002014-04-29T23:53:50.882-07:00Incoerente
Acordei. Meu nome deveria ser mudado para insônia. Não importa a quantidade de sono que tenho, a madrugada sempre me espera com um abraço e um risinho irônico. Enfim. (3:19)O vizinho anda incansavelmente pela casa. Talvez ele se inquiete assim como eu faço. (3:20) Por um acaso, você já não se perdoou por atitudes tomadas que não condizem com o que você acredita ser?
Meu pensamento ficou tomado por este questionamento, e fui inundada por pensamentos a respeito dos medos.
Uma pilha de livros a serem lidos, uma lista de filmes a serem vistos, um copo de chocolate quente abandonado (provável que já tenha gelado). Restos de papeis de chocolate espalhados pelo quarto.
(3:22) A desordem me causa úlceras, mas a vontade de não sair da cama chega a vencer, ocasionando um ciclo louco e confuso. Revistas velhas e novas se misturam àqueles antigos livros de química. Meu Deus! Até quando?
Seu pensamento também se perde assim, pelas horas?
(3:24) Você se apaixona toda semana por um novo personagem?
Sejam dos livros, dos filmes ou os que supostamente acreditamos ser reais. Convenhamos, se nem nós mesmos temos certeza absoluta de quem somos, quando nos apaixonamos estamos nos encantando por aquilo que acreditamos ou criamos em cima de outra pessoa, não é mesmo? Ou são elas que se recriam por nós e vice e versa?
(3:30)Existe uma palavra designada ao medo de computadores (logizomecanofobia), mas a verdade a que mais me assutou foi a narigofobia, como se vive com medo de narizes?
Eis que a tal insônia me levou a esta lista infinita de fobias, e o nome que me pareceu mais coerente até agora foi a "maniafobia". Leia este texto e me diga que diante de tamanha incoerência você também não tem medo da insanidade.
(4:00) Logo mais o dia nasce! sombrasdeumnovomundohttp://www.blogger.com/profile/06057973877293026952noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6556305193623619580.post-24302693196361647452014-02-22T21:30:00.000-08:002014-02-22T21:39:40.830-08:00Go awayDeixe-me te contar uma coisa sobre você que lhe passou despercebido. Aliás, sobre você e o mundo. As pessoas não mudam. Elas podem até tomar consciência do que elas são na verdade. Isso caso elas venham buscando-se de algum modo. Mas você não mudou. Esse seu jeito desleixado de não se importar, de não se apegar nem aos seus afetos. Esse seu jeito mundano de ir e não voltar, de não querer saber e não querer que saibam. Esse seu "não devo nada" é tão você que chega ter um cheiro próprio. E eu jamais condenaria isso. Eu jamais negaria seu jeito de ser. Eu tenho meu, meio camaleão, que se adequa as suas loucuras e você sabe bem. E por isso vem, periodicamente atrás do abraço que ainda lhe cabe feito luvas pré desenhadas. Esculturas pré moldadas.
Mas coloquemos os pontos em seus devidos lugares aos ís. Me fale de você. Esse você nu e crú. E não esses discursos falsos do que você queria ser e não consegue. Eu aprendi com alguém que é impossível fugir por muito tempo daquilo que somos. O que somos é como um passado, só que mais encorpado. Ele volta e se finca em nós. Nossas essências, nossos quereres e os não quereres.
Quando todo esse discurso de um ser mais brando, mais sábio e quieto lhe toma a boca eu tenho vontade de ir embora. Ele até me parece bem apetitoso, mas não se trata de você. Então o que tenho a dizer sobre você à você é que pare. Porque essa quietude que almejas só lhe será concedida quando você entender e aceitar que o seu eu é um reboliço, como o vento, sem rumo e em pleno movimento. Como eu.
Então, por favor, me evite a fadiga. Me evite se puder. Me deixe aqui, quietinha, como sempre estive em meus pensamentos. Ao invés de achar que possui o direito de vir e me dizer de tudo que você gostaria de ser. Apenas pra me ter. Porque se em algum momento eu já fui tua foi exclusivamente fruto da sua veracidade. E toda essa fantasia apenas me da sonolência. Numa velocidade absurda de confusas sensações angustiantes em meu peito.
Go away.sombrasdeumnovomundohttp://www.blogger.com/profile/06057973877293026952noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6556305193623619580.post-1567597432624248552013-08-01T21:12:00.001-07:002013-08-02T12:45:20.871-07:00.Depois que sai daquele quarto escuro me dei o direito de um banho demorado. Daqueles de horas, e me proibi de ter peso na consciência. Desde então apenas alguns tropeços e poucas palavras me fizeram revelar-te que eu continuaria por longos anos a sua espera. Espero que você logo as tenha esquecido.
Prossegui caminhando, conheci outros olhares, nenhum que me fizesse brilhar tanto. Ainda assim fui feliz. Achei ter me completado algumas zilhões de vezes. Essas minhas paixões loucas que te faziam rir e ainda sim me amar. Quantas vezes mergulhei loucamente crendo fielmente ter finalmente encontrado minha carta de alforria? Paga por mim, com muito suor de copos, corpos, besteiras, à você. Quantas vezes devo ter lhe contado antes de dormir, nos meus devaneios de ti, dos meus novos amores. E as vantagens que eu tentava tirar. Quanta bobeira, quanto tempo.
Não perdi meu tempo. Construí um templo e te guardei em mim. Essa parte eu me recusei por demais a devolver. Você era meu. Você foi meu e isso você assinou em uma tarde tola, de guerra de travesseiros, lutas e sorrisos. Caídos no chão da minha sala. Mãos trêmulas. Bocas que não sabiam outro lugar pra se esconder que não em si mesmas. E nesses anos todos eu me recuso rasgar este comprometimento. O afeto, o cuidado, o amor. O único amor.
Seu riso tolo, suas piadas infinitas e sem graça, seu abraço que me engolia, me escondia e me fazia crer que nada e ninguém poderia me machucar. E quantas feridas eu coleciono hoje?
Quantos corpos ainda terei de conhecer até reencontrar o seu? Muitas quase falsas diversões até ter você aqui.sombrasdeumnovomundohttp://www.blogger.com/profile/06057973877293026952noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6556305193623619580.post-45446784500397158432013-07-24T12:35:00.000-07:002013-07-24T22:12:01.327-07:00Como criançasEstou querendo não querer ninguém, mas estes sorrisos me aparecem feito assombrações. Já cansei de falar dos cheiros que ficam guardados em minhas mechas de cabelo. E do silêncio que me parece burburinho. Burburinhos de estômagos embriagados. Da vida. De amores.
Cores sem fim tangenciam-se entre as janelas e portas que eu deixo, sem querer, abrir. Entre uma ferida e outra chego achar que as tranquei. Que tolice. Vivo disso. Vivo dessas dores enquanto elas ainda são sorrisos. Vivo daquelas frases, “mentiras sinceras”, das quais admito gostar de enganar-me. O que importa?
Posso carregar o amor por cinco compridos anos e deixa-lo escondido pruma cerveja na esquina despertar. Um sorriso, um abraço. Mas também posso despertar-te tanto que não lhe caberá ar algum.
Daqueles que acordam apaixonados e fingem voltar a dormir por medo. Rio, bastante, sozinha, acompanhada. Uma frugalidade desconhecida. Meu peito viveu 22 anos embebecido de mundo, de olhares e toques e esta é a juventude que até os de 106 anos podem deixar-se viver.
Deixar ralar, cortar e se tiver de sangrar que sangue. É como quando criança, não creio que sejamos capazes de mudar nesse aspecto. Quando criança apesar do grito de nossos pais que faziam de tudo pra nos proteger, ainda assim enfiávamos em cercas de arame, caíamos de árvores e nos jogávamos de cima de pódios pra ver quem ia mais alto. Que diferença há hoje do que alimenta o coração? Sabíamos dos pontos em prontos socorros, dos arranhões e da dor que a queimadura do sol causaria ao roçar com o lençol pela noite. Ainda sim repetíamos incessantes vezes as brincadeiras e loucuras de nossos jogos infanto-juvenis. Porque cada cicatriz lembra até hoje uma aventura, uma travessura. Às vezes um osso já quebrado ainda me dói em tardes frias, mas a história ainda é capaz de aquecer-me.
Não sou muito fã deste bom senso nada libertador. Dessa história de focos individualistas. De travas e trancas. Enquanto eu ainda posso ter a sensação que eu tinha ao pular um muro. Mesmo com uma aterrizagem abrupta, ainda sim pude voar. sombrasdeumnovomundohttp://www.blogger.com/profile/06057973877293026952noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6556305193623619580.post-4235100768604379162013-04-10T17:46:00.000-07:002013-04-10T17:49:45.790-07:00Solidão ou nãoEu venho me adaptando à solidão. E quer saber, eu estou até gostando. As vezes passamos tanto tempo dedicando nossa vida aos outros que viramos isto, algo meio autoajuda que passa tempo e gasta muita energia a justificar o mundo de coisas que são feitas conosco e os outros mundos de esforços que fazemos pros outros. Não é que nesses oito anos de idas e vindas contínuas de relacionamentos eu não tenha aprendido muito, e muito menos que eu não tenha recebido muito pra minha vida e personalidade. É só que relacionamentos exigem muito de cada indivíduo, muita energia, como eu digo sempre. Dos mais calmos aos mais conturbados. Eu sei que devo estar soando meio mal amada, mas na verdade eu fui muito amada, por muitas pessoas e talvez o simples fato de eu não ter tido tempo suficiente para dedicar a mim, tenha feito com que, na verdade, eu é que amasse mal as pessoas.
Ficar sozinha só este pouquinho me fez ignorar mais pessoas do que eu costumava e, desculpa, foi ótimo. Me fez ver que é gostoso "pra cacete" ficar em casa comendo chocolate e conversando horas com minha mãe sobre fofocas mundanas. Me fez ver que mais que amizades eu tenho parcerias, que vão desde a tequilaria de uma noitada rodada, ressacas numa tarde de domingo chuvosa em ruas vazias ou papos aleatórios de uma madrugada extensa. Me fez ver que não há dor na solidão de um livro num sábado a noite e sim paz. Me fez perceber que em certos momentos minha ignorância para com as pessoas talvez tenha sido gerada não só pelo meu simples gênio, mas também por ter estado atolada e sufocada por problemas que não me pertenciam.
Não é tão ruim ser egoísta, faz parte de um processo de auto construção. Eu posso muito bem, por uns dias, não querer partilhar meus amigos, meus móveis e muito menos meus planos. Eu posso querer sonhar sozinha e voar até eles sem nada que me pese. Sem medo de magoar ninguém, sem medo de cair e ver que alguém se decepcionou ou se feriu junto.
Não estou dizendo que crescer junto não seja gostoso, que construir junto e viver partilhando essa felicidade cotidiana. Só to dizendo que estou naqueles dias da vida - que até então eu desconhecia - que sou tão eu que não quero partilhar. Quero viver intensamente cada minutinho de mim, com muito amor por mim sem que eu pare pra discutir sobre isso no telefone com alguém à meia noite de véspera de um dia importante.sombrasdeumnovomundohttp://www.blogger.com/profile/06057973877293026952noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6556305193623619580.post-25306708012978496692013-04-04T19:19:00.002-07:002013-04-04T19:25:15.209-07:00Dos momentos e o agoraSeja como for, as vezes é mais que necessário desfazer-se de suas correntes. É preciso se lembrar do porque de tudo e é aqui que nos deparamos com o fato de não mais nos lembrarmos dos porques. A vida nem sempre pede porques, mas um vazio que lhe prenda ao chão não pode ser capaz de felicitar-te.
Dia desses, alguém aleatório me disse, de passagem, que se sentia com a necessidade de fazer as coisas corretamente. Mas, o que lhe é correto? Não sou de planejar, sou daquelas pessoas que vive, mesmo no meu marasmo, de forma intensa. E acho difícil me arrepender. Não me arrependo dos meus erros, eles me levaram até onde me encontro hoje e estou contente em demasia. Poder estar em outro lugar não faz com que sejamos mais ou menos felizes. A felicidade é um estado de espírito e eu gosto de carregá-la como o meu estado. As vezes, e são muitas vezes, eu vejo que estou sorrindo sozinha, na rua, ao ouvir tolices de uma música ou outra. Eu fico feliz ao ver um bêbado ou um possível "louco" em seus devaneios (aos nossos olhares carregados de conceitos) cantarolando alegremente. Até penso como todas as pessoas seriam mais felizes se fossem loucas assim. Menos vergonha e mais vontade de viver e vibrar o que quer que seja. Todos corremos num sentido louco e desenfreadamente, cheio dos planos e objetivos de vida que muitas vezes esquecemos de vivê-la. Tenho meus planos e objetivos, mas não sei se consigo me abster de viver até alcança-los. Afinal, muitas vezes, por mais que tentemos, dediquemos nosso tempo e "apontemos pra fé e rememos" as ondas desse mar nos carregam à caminhos distantes e distintos. Então, eu, ao contrário do que me disseram, sinto-me na obrigação de me entregar a cada momento, seja um capítulo de um livro, um beijo, uma lista que bioquímica ou o simples caminho diário que faço até meu curso. E acredito plenamente que esse deveria ser o modo a encarar a vida.
Muitos porques só nos valem de algo em um momento de frugalidade, de paixão, de toque. Eles podem se perder, a vista fica turva e você deve construir mais pra si. Vejo as pessoas se prendendo ao que foi e não voltará a ser, vejo caminhantes se perdendo por pouco, se enraizando e deixando a caminhada. Nisso tudo só me vejo sem sentido.sombrasdeumnovomundohttp://www.blogger.com/profile/06057973877293026952noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6556305193623619580.post-72035482351717169402012-11-09T05:29:00.001-08:002012-11-09T05:29:51.667-08:00Quando é verãoEu não quero que você esqueça. Nunca quis. Não sei dos gostos, cheiros, e arrepios que dão. Não sei explicar porque não foi assim antes, o porque de tudo ser tardiamente. Tempo perdido e errôneo. Um toque e minhas mãos tremem. Me explica o que houve aqui. Nesse segundo de sorrisos, gargalhadas e logo, silêncio. Essa coisa na barriga me dá medo.
Calor e imaginação, uma nostalgia louca de canções. Verão. De longe um calor que me lembra praia, e perto a vontade do frio acobertado. Mas ainda é verão despido.
Talvez seja eu, embriagada de mim.
sombrasdeumnovomundohttp://www.blogger.com/profile/06057973877293026952noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6556305193623619580.post-65131242518339791142012-11-01T04:16:00.001-07:002012-11-01T04:16:27.767-07:00Paralelepípedos Eu queria poder voltar e congelar o tempo numa noite gélida qualquer, naquela cidadezinha, nos abraços que aquele mundo me dava. Meus gritos calados que pareciam ter ouvidos. Hoje, sinto apenas a solidão lamber-me a face e tudo que era meu se esvaiu. Não tenho mais aquele frio que me aquecia, aquele mundo que mesmo triste me fazia sorrir. Paralelepípedos, casas vazias, semi galerias de nós.
Nós, os meus amigos que em seus caminhos nem devem fazer ideia do que aquilo foi. Em toda inexistência a qual vagávamos, tudo parecia possuir um sentido, mesmo que insano. Andanças noturnas, sem rumos quaisquer, teatros improvisados que ainda guardo em nossas fotografias. Tão bom ser estrela desse nosso palco.
E de repente, o mundo se cala e os passos se desencontram e simplesmente nos tornamos coadjuvantes de um mundo que nos engole.
O silêncios dos abraços acalentam minha alma ainda por anos depois.E o cinza dos paralelepípedos que trepidam em minha memoria não me deixam dormir. No bem ou no mal, pra mim foi tudo. sombrasdeumnovomundohttp://www.blogger.com/profile/06057973877293026952noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6556305193623619580.post-44024511239117203672012-05-06T14:40:00.001-07:002012-05-06T14:42:07.817-07:00Meus "Espaços Mentais"É muito triste sentir-se incapaz, a incapacidade torna o homem frustrado. As vezes deparado com situações que a outros olhares parecem medíocres, vejo o desespero lamber-me a face. Não cresço, fico estagnada. Não porque não posso, sim porque não sei, mas não sei de um jeito que não creio possuir habilidade pra passar a saber.
Minha mente, mesmo lutando contra isto com mil textos e me inserindo em mil coisas, é vazia. Raciocínio não faz parte do meu dia-a-dia e eu luto com todas as forças para que as palavras que junto em mente passem a fazer sentido. Para que meus espaços mentais passem a ter a felicidade de encontrarem-se com introdutores que lhes deem algum sentido nestes discursos mundanos.
Conceitos caídos, erguidos ou não, meu cérebro parece perecer num nevoeiro confuso de nada. Como se eu houvesse consumido o em algum instante de meus devaneios. Não sei, não lembro e não vejo sentidos se realizarem.
Um pouco cabisbaixo, depressivo ou sei lá, eu sei, mas palavras sinceras.sombrasdeumnovomundohttp://www.blogger.com/profile/06057973877293026952noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6556305193623619580.post-68094227289360885742012-04-16T21:08:00.000-07:002012-04-16T21:08:21.337-07:00My drugs- Bom dia!<br />
- Pro senhor também, um dia lindo aliás.<br />
- Havias sumido até então, o que a vida lhe fez?<br />
- A vida me fez graças, me deu graças. Passei um tempo caminhando por aí. Já estou de volta.<br />
- Um café grande?<br />
- Sim é claro, estou de novo com um sono daqueles.<br />
- Ah! Mas dessa vez vai?<br />
- Creio que vá, vai sim, de vez. <br />
<br />
E as palavras não ditas escorrem por uma mente menos turbulenta, mais capaz de silenciar. O mundo acaba por exigir de nós esse desenvolvimento, para uns mais facilmente, para mim um processo ainda maior. Se chás ou comprimidos, não sei. Se o exercício diário ou a conversa semanal. O importante são cores até então não vistas e caminhos não trilhados pela incapacidade de percepção de sua existência. A calma que é de causar um orgasmo pela vida.<br />
Mais sol pra queimar a fotofobia por detrás de lentes escuras não tão escuras, olhos entreabertos. Camas recheadas de travesseiros e cobertores e amores, num 40 graus. A cerveja da quinta feira e a preguiça da sexta. Um "sex, drugs and rock and roll" muito equilibrado e um sorriso pra fechar a semana mal munida de vinténs.sombrasdeumnovomundohttp://www.blogger.com/profile/06057973877293026952noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6556305193623619580.post-83112159567468770632011-11-17T14:29:00.000-08:002011-11-17T14:29:53.980-08:00AtrasadaDei-me a liberdade de rir, estou atrasada, logo não vou me demorar. <br />
Diria eu, se pudesse, das pessoas que me veem perdida. Deixe-a perdida. Correndo, meio descompromissada e com todos compromissos que me quero assegurar, estarão logo redigidos. <br />
Onde quero chegar - Senhor, por que enrolar tantos pensamentos numa página que ninguém sequer lerá? Bom, é que nos caminhos que me julgam - e como julgam, eu também julgo por aí - não ando só, nem perdida. Estou achada, honrada. É só que resolvi não ter pressa. Fui apressada, cheguei aqui e até então eu não havia visto nada. Parei pra respirar.<br />
Mas como disse, não vou me demorar, ando atrasada. Continuarei a rir no caminho, sem poder palavras escrever. É que nem tudo tem de ser salvo em um rascunho.sombrasdeumnovomundohttp://www.blogger.com/profile/06057973877293026952noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6556305193623619580.post-49905531105374417472011-10-26T08:38:00.000-07:002011-10-26T08:38:52.470-07:00De faltas e desejosNa falta de ar que me causas sobram-me sorrisos. Apertos, frios aquecidos. Pedaços compartidos entre você e eu no final do mundo. Pra mim isso tudo é só o começo. Já nem ligo se me faltam palavras, se me faltam imagens, se me falta a santa sanidade. Porque na verdade o que me inporta é que não falta nada. O que faltava até então era desejo, desejo forte.sombrasdeumnovomundohttp://www.blogger.com/profile/06057973877293026952noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6556305193623619580.post-90026378916401674662011-10-17T19:42:00.000-07:002011-10-17T19:42:52.164-07:00TempestadeCheiro e gosto de chuva. Silêncio, o gostoso do silêncio. Nenhum pensamento. Sem saber como que uma mente tão cheia possa ter ficado vazia. Não chega a ser serenidade, pois desespera fácil. Mas é uma calma, um frio, um nada.<br />
Buracos que foram cavados em minha alma. Pedaços destroçados que nenhuma tentativa minha de costurar novamente, em seus devidos lugares, valerá. Eu vejo um poço de mágoas. Um céu preto que de vez enquando leva à chuva, e daí a consequente piora. As minhas ruas ficam cheias, inundadas. Minhas memórias transitam quase parando, a causar pane. E eu paro ao ver as gotas que caem incessantemente, a lavar-me a face. A chuva passa e o sol pode sorrir um pouco, não por muito. <br />
E novamente a mente volta pro seu frio, pro seu nada.sombrasdeumnovomundohttp://www.blogger.com/profile/06057973877293026952noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6556305193623619580.post-8640749036773522942011-09-26T21:31:00.000-07:002011-09-26T21:31:13.974-07:00Velha coreografiaMeus passos no escuro, você vai ficar bem. Siga o som que faço ao dançar pela sala e não acenda as luzes, elas mancham minha visão - ou me fazem enxergar mais do que eu gostaria. Está aí um assunto que não devemos tocar esta noite. Apenas me dê suas mãos e deixe que eu te guie a um lugar seguro e não ache que estar em casa é seguro. Quero te proteger de pensamentos turvos, no escuro. Entenda, tem que ser escuro. <br />
A rua lá fora nos diz tantas coisas, coisas demais. Precisamos do silêncio dos sorrisos que guardamos um tempo atrás dentro do seu quarto, do outro lado da cidade. Precisamos reviver. Eu parei de afogar as coisas, parei de me afogar, vou te ensinar.<br />
Quando o sol nascer não teremos mais tempo, eu te disse. Só deixe que nossas mãos se atem, que nossos olhos se lacem, que nossos corpos se encontrem naquela velha coreografia. Límpida, singela, tranquila e verdadeira. O que faltou no silêncio foi veracidade e por isso faremos barulho. Me abrace, me aperte, mas não diga nada. Eu estou te levando a um lugar seguro, já te disse. E a gente pode ficar lá o quanto quisermos.sombrasdeumnovomundohttp://www.blogger.com/profile/06057973877293026952noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6556305193623619580.post-4593472467447122232011-09-26T11:52:00.000-07:002011-09-26T11:52:25.731-07:00DiasO que eu tenho feito da vida?<br />
<br />
- Mãe, as vezes eu apareço na faculdade, faço uma figuração e volto pra casa. A academia eu quase não falto. Os cursos eu me arrasto e os livros eu parei de ler um pouco - sempre tem uma história muito boa que te faz ficar deprimida por você não ser a protagonista. Meus sorrisos eu entreguei pra meia dúzia de amigos - diga-se de passagem, os melhores em todos momentos, porque um cara tem que ser muito bom pra aguentar as famosas patricices e cia. - e prum menino especial que eu resolvi querer deixar morar no meu peito eternamente. Não estou infeliz, só ando meio distraída, ou desestimulada. Creio ser uma crise pós moderna dos meus 20 anos. Ou um efeito daquela bipolaridade que eu herdei da nossa genética. Não sei. Uma coisa ou outra, ou as duas, talvez.<br />
No meio disso tudo eu ainda tenho vivido momentos que me proporcionam sentimentos que até então eu não poderia sonhar em conhecer. E nessas horas eu me lembro nitidamente de o porque deu ainda estar viva e das razões deu me forçar sair da cama em algumas manhãs. Minha vida é boa e eu ainda não perdi o jeito de arrumar as coisas, de me arrumar e de conseguir encantar algumas pessoas.<br />
Não tenho medo da inveja, da falsidade, da infelicidade. Eu descobri que também carrego isso em mim. Tenho medo da maldade que as pessoas podem carregar em seus corações - e nessas horas eu finjo ser uma fortaleza que não sou, ou finjo poder ser mal, também. Mas eu tenho tanta certeza que as pessoas que me conhecem mesmo sabem que eu sou o tipo de pessoa que pega um ônibus de madrugada só pra oferecer um abraço e ajudar no florescer de um sorriso. Então, mãe, parabéns pelo seu trabalho aqui.<br />
Eu tenho tido mais preguiça do que o normal e minha fome tem sido tão oscilante quanto meu humor. Mas tem uma calma escondida em meus braços e ela só precisa esperar um pouco. Deitada, dormindo, fugindo um pouco dessas imposições todas que o mundo nos faz, tomando um chá e dando umas risadas de uma comédia qualquer.sombrasdeumnovomundohttp://www.blogger.com/profile/06057973877293026952noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-6556305193623619580.post-14518757705820208892011-08-04T19:31:00.000-07:002011-08-04T19:56:51.316-07:00Meu peito acordou incomodado, hojeE se eu te disser que você tinha razão? Das inconstâncias, loucuras e desequilíbrios. Eu posso te dizer que agora estou bem, que aprendi o que você dizia todos os dias de auto controle, de pensar, da volta. Eu errei algumas vezes mais e a vida me obrigou a crescer, a entender que não vou ter meus pais pra sempre me acalmando e me fazendo respirar quando o nervoso, a asma e tudo o mais tomarem conta de mim. As vezes eu penso em tanta raiva que você foi capaz de invocar em mim, ninguém mais. De tantas vezes que eu quis gritar e das mágoas que sei bem, levarei eternamente comigo. Isso me destroi em alguns dias, entender como as pessoas podem se magoar, se atingirem de algumas formas. Eu nunca mais vou deixar ninguém plantar odio em mim. Essa história de fomentar coisas ruins, pra mim não dá.<br />Eu fiquei muito tempo dizendo que o mundo é bonito demais, e você só queria ver maldade. As pessoas precisam parar. O mundo já me fez coisas ruins antes, mas eu nunca deixei de acreditar nas flores que ainda viriam. E quando penso em você, imagino uma fortaleza de falsos sorrisos, de mágoas entranhadas em um lugar que nem você sabe mais. Você cavou você mesmo, ver tudo sem cor. Não faz sentido em mim.<br />Desculpe-me, ainda me culpo por todas as coisas ruins que fui capaz de fazer. Coisas nas quais não me reconheço e sei que nem você. Ainda me envergonho, me castigo. Mas meus olhos estavam cerrados e minhas mão encandecidas por um sentimento que eu jamais pretendo sentir. Não posso não culpar alguém, é impossível. E mesmo que eu saiba que tudo só se concretiza quando queremos, seja bom, seja ruim.<br />Não sei o porque de jogar estas palavras agora, mas meu peito acordou incomodado hoje e eu não confio em ninguém pra falar disso. Sei que de algum lugar, seja onde estiver, seja quanto tempo tenha se passado, você vai ler e entender.<br />Você vai saber que tudo mudou, que eu mudei, que quero outros caminhos e quem sabe, se não for utopia demais de minha parte, pare por uns segundos de me culpar por tudo. Eu ainda sinto, eu ainda penso e eu tenho um coração.sombrasdeumnovomundohttp://www.blogger.com/profile/06057973877293026952noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6556305193623619580.post-8523060137007047352011-06-09T16:48:00.001-07:002011-07-05T19:08:01.769-07:00E o vento até me lembrava o mar, que por mais perto me deixava longe. Eu caminhava numa solidão acompanhada de pensamentos que eu não podia organizar. Era frio o vento, e o mar devia ser quente. E eu precisava organizar. Não sabia ainda o porque daquela caminhada noturna, ainda mais em ambientes indevidos - deixe-me pra lá - eu precisava pensar, viver minha mente ávida. Ou apenas hiperatividade. O fato é que os pensamentos se perdiam, corriam como se estivessem em meio a uma maratona e eu as vezes parava, cambaleava tonta de mim mesma.<br />Eu ainda podia jurar que caminhava a beirar o mar e via as ondas lamberem-me, mas que nada. Havia ali fumaça, chuva e vento - além de pequenos tumultos, talvez, amedrontadores.<br />E a dança de meus pensamentos prosseguia, com seu ar de contemporaneidade, e projetos cinematográficos no meio do nada, no nada. Nada me diziam e eu nada dizia a eles, como se não pertencessem a mim. Um absurdo.<br /><br /><br /> - Manequins, afins. Agulhas e rolos de lã cantavam. Eu dançava e prendada que era deixava nascer. Moldes, cortes e letras. Letras? Agora música de meus dedos, a voz saia brincando.Depois os videos, a cena, o embarque. Um palco desconexo e a festa. Muitas festas, todas festas.<br />O alcool, o frio, o café. O Neruda, Bandeira - Ahh Bandeira -, Allende . Uma vida inteira.Tosses, sushis, esteiras. <br />No fim um ponto, um turbilhão.<br />Ventania! - <br /><br />Com um pouco mais de frio estava eu de volta, alucinada com aquele todo. Perdida e encontrada. Um nebulizador me esperava a espreita e logo a tremedeira do berotec. O silêncio da casa, da minha casa. A voz que era minha, as músicas que eu gostava. O homem que eu amava na fotografia. Mais ninguém. Ainda não tem nada, mas eu chego lá.<br />Conversei um pouco hoje, li, dormi e até exercitei-me, vício, e a cada dia que passa eu amo mais. Nas ruas singelas, mesmo sujas, no frio, no mar, na serra. As pessoas falam! Elas precisam falar, deixem-nas. Eu as amo mesmo assim.sombrasdeumnovomundohttp://www.blogger.com/profile/06057973877293026952noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6556305193623619580.post-39626573604154675182011-06-07T08:51:00.001-07:002011-06-07T08:54:12.109-07:00E se eu te disser que hoje o dia não nasceu<br />Que sol não quer raiar<br />Que as ruas estão paradas em meio um transito atordoado<br /><br />E se eu te disser que os meus olhos não se abriram<br />Que meu sorriso não quer acordar<br />E que a preguiça deixa meu cabelo emaranhado<br /><br />E se eu te disser meu bem, que faltam domingos e flores?sombrasdeumnovomundohttp://www.blogger.com/profile/06057973877293026952noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6556305193623619580.post-14440996008653006132011-05-17T09:24:00.000-07:002011-05-17T17:35:08.294-07:00Amor e autoajuda, pra variarJá que é pra falar de amor, me diz você o que que é.Eu sei o que eu sinto, aquelas sensações clichês, a barriga que treme e anseia pela mão quente, no frio. A vontade que dá de abraçar e se perder em braços. O cheiro que fica, o calor que pede. Eu sei dos lábios, das pupilas dilatadas, do olhar que brilha e chama. A admiração. Ou não sei de nada disso.<br />Talvez um dia você pare, sentada num ônibus lotado, numa ponte engarrafada e entre sua sintonia com seu próprio pensamento e o sono de uma noite mal dormida. Daí descobre o que já não quer mais.Você não quer mais ser perfeita aos olhos de alguém, você não quer mais ser a mulher mais linda, mais cheirosa e menos ainda a mais inteligente do mundo. Você não quer ser o encanto, nem a respiração de ninguém, não quer ser um 'amorzinho'. Você não quer ser um nenem que necessita de zelo, e telefones de emergência. Você não quer ser a causa da vida de ninguém, você não quer ser a causa da loucura de ninguém. Não quer ser perseguida, nem abandonada.<br />Pode parecer, a princípio, que tudo que você não quer é exatamente o que toda pessoa normal quer, espera e sonha e nunca vai alcançar. Na verdade eu já fui tudo isso, inúmeras vezes. Hoje me parecem vazias. No fundo você só quer ser normal.<br />Quando se é perfeito, não se falha. Quando se é a mais linda, a mais inteligente, a mais cheirosa, você não tem espaço pra acordar mal, ficar de mal humor, com trapos, maquiagem borrada e o bafo da cachaça barata que você bebeu num buteco na noite anterior. Se for a mais inteligente não pode esquecer de ler o jornal do dia, você tem que ser muito mais, pensar muito mais, saber muito mais.<br />E quando se é humana? Daquelas que tem crise de histeria as vezes, que se exalta, que chora. Que precisa sair no meio da noite e fugir pra praia. Que as vezes não tem vontade de levantar. Que as vezes mente, que as vezes fala verdades demais. Que tem inseguranças, medos. Que fica flácida quando não vai a academia. Que tem raiva e dor.<br />Isso não seria o amor? Por que ele tem que ser tão surreal, cheio das imaginações e pés fora do chão? Por que não podemos ser de carne e osso quando amamos? Por que idealizar tanto, sonhar tanto, se vislumbrar? <br />Eu tenho pena é das pessoas que não sabem amar - digo isso mesmo sabendo que há muitos que dizem que eu não sei amar - que não conseguem simplificar as coisas, serem de verdade.<br />A cada defeito que descobrimos em nossas descobertas mútuas nos decepcionamos. Nos decepcionamos por não estarmos com a mulher maravilha ou o super homem. Nos decepcionamos por não parecermos aquele casal perfeito de um filme qualquer. Nos decepcionamos por sermos de verdade e daí desistimos. Desistimos por um único motivo, nós mesmo, por não deixarmos as coisas acontecerem ao invés de ficarmos projetando carências, ansiando utopias. Desconstruímos possíveis amores simplesmente por amarmos algo que buscamos e não aquele com quem nos encontramos.<br />Nunca mais diga a alguém que ele é tudo que você sempre buscou - é um fardo pesado demais - nem busque nada, apenas viva, sinta e deixe acontecer.sombrasdeumnovomundohttp://www.blogger.com/profile/06057973877293026952noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6556305193623619580.post-47199781682982522502011-05-16T09:03:00.000-07:002011-05-16T09:15:31.171-07:00.Quantas pessoas na vida você ainda vai perder? Quantos mundos ainda cairão, quantas vezes? E quando é que sua voz não assustará mais o mundo e sua mão se manterá em equilíbrio?<br />Ainda escuto a chuva de forma receosa, sinto frio nos pés e embrulho estômago. Ainda tenho pavor de ambulâncias e nem tenho mais quem toque 'time like this' no telefone pra me acalmar. Eu não levanto e nem ouso pegar um ônibus se as árvores se movimentarem muito rapidamente com o vento. E olha que não fui eu que perdi grandes coisas. Mas é que parece que o rio e a terra levaram grande parte de mim, sem perdas físicas. Levaram um eu que eu não sei mais se volta, isso pode ser bom, era pra ser bom. Metamorfoses! As vezes a chuva lava, leva e torna leve. As vezes a chuva dói, esmaga e deixa-nos sem fio, no frio.<br />Dentro das minhas cacofonias tento entender os cacos que restaram. Não só dos meses recentes que se passaram na serra. Mas de toda uma vida cíclica de construção e destruição.<br />Até onde?<br />Dúvidas, dores, tapas, berros, gritos, fantasmas, ameaças, sensações, possessões, depressões, quedas, quebras, proibições, liberações, impaciência, gênio, futilidade, superficialidade, términos, recomeços, insistência, dor, dor, dor. Uma problemática infinita que não sabe se quer sair pro mundo. Um poço.<br />Ver um mundo inteiro familiarizado do qual você não faz mais parte, ou nem chegou a fazer.sombrasdeumnovomundohttp://www.blogger.com/profile/06057973877293026952noreply@blogger.com0