quarta-feira, 21 de julho de 2010

Apartheid em casa

Palmas para o governo brasileiro! A partir de agora a igualdade racial é lei.

Deus me perdoe, mas até então eu fiquei por ignorar essa conversinha de raça e continuarei orgulhosamente a ignorar. Bom, depois de hoje, já que por ora eu ainda recebo meu jornal, fiquei a me perguntar se não é melhor parar de lê-lo. Afinal que raios de história é essa? Não vejo no mundo assunto mais chavão, mas hoje me obriguei a escrevê-lo aqui.
Depois de ler que nosso querido presidente (ex-querido, né?) disse que temos uma dívida com o continente Africano, me dei conta de que a dívida é com a própria consciência. Provavelmente os queridos pais do Brasil não conseguiram, por anos, se re-educarem e assim, muito menos educar seus filhos. Essa é a unica explicação para o fato de que tenhamos realmente que ter uma lei que nos leve ao tribunal para entendermos que a concentração de melanina que uma pele possui não diferencia o conteúdo cerebral. Mas sim, que se trata da evolução. Tenta ser caucasiano (mais pra albino como eu fiquei num período pré-vestibular) no sol escaldante, como dizia minha professora de história da quinta série, do Egito. E depois vem discutir comigo seleção natural. O problema queridos, é que os seus avós (o meu é italiano e também foi explorado pelo café, rs)inventaram de trazer nossos "genéticamente adaptados" da África pra construir suas fortunas aqui. E por algum motivo, que eu desconheço, ainda existem seres que realmente acham que a inferioridade negra não foi um argumento histórico para subordiná-los ao serviço que nós, branquelos,amarelos, índios, não temos força física pra realizar. Vai! Admite, você realmente queria ter a metade da capacidade muscular que um negão tem, e como acaba tendo que apelar pras "bombas" para chegar a metade do maluco, criou na sua cabeça que ele é burro e precisa de cota pra entrar na faculdade. Ou melhor ainda, ele precisa da Unilab.
Eu tenho mesmo que agradecer a educação que eu tive, porque pra mim essa palhaçada de raça não existe, e não precisei de uma lei pra saber que SOMOS TODOS IGUAIS!

4 comentários:

Laryssa Frezze e Silva disse...

Meu pai uma vez me disse que cairíamos na barbárie, se não houvesse as leis. Na época, achei isso um pouco exagerado. Mas parando bem para pensar, a nossa sociedade só funciona se houver as ordens "faça" ou "não faça". É como naquela música dos Engenheiros do Hawai:
"eu vejo as placas dizendo não corra, não morra, não fume"
A gente tem leis que dizem que não se pode matar, roubar e até há bem pouco tempo atrás, trair. Quero dizer, esses são o tipo de coisa que já sabemos se devemos fazer ou não com um mínimo de consciência coletiva. E arrisco dizer individual, afinal todo o agente pode também ser vítima. Mas não funciona assim, é até interessante. Precisa-se de regras. Seria uma substituição da consciência? Quando somos pequenos nossas mães dizem " não corra com a tesoura na mão", por exemplo. E isso faz muito sentido. Mas com o tempo elas não precisam falar mais isso, porque entendemos que obviamente é perigoso.
Então, como você, acho isso meio imaturo - na falta de palavra melhor. Poxa, foi mesmo preciso virar lei? Será que ninguém se mancou antes? Se cortarem nossos pulsos, o sangue tem o mesmo tom de vermelho - não importa a cor da pele.
Muito bom o texto, flor. Bota a gente pra pensar.
Beijinho e saudades!
=*

sombrasdeumnovomundo disse...

O meu medo é que um dia tenhamos realmente que ter leis para nos dizer a hora de comer, de tomar banho e tudo o mais. Porque pra mim assim como nos é ensinado que é necessário escovar os dentes, é necessário ensinar que apesar da aparente diferença da pigmentação da pele e outras características (que podem ou não se diferenciar evidentes em todos os homo sapiens sapiens) somos todos seres humanos. Capazes de pensar e se livrar desses sentimentos históricos, preconceituosos, que alguns fomentam dentro da gente. É triste não ser obvio. Mas se caminhamos pra falta de senso crítico, e pedimos sozinhos que nos imponham coisas para nos controlar... o que nos resta é esperar, esperançosamente, que um dia, todos os pais brasileiros sejam capazes de enxergar que não há diferença nesses itens educacionais e que ambos são vitais. Seja pra saúde dos dentes de seus filhos, seja pra saúde mental.

Luciana disse...

É impressionante como apesar de nos encontrarmos no 3º Milênio ainda estamos na pré-história de nossas ações.
Espero que não demore muito e que ainda nessa vida eu possa ver uma maior conscientização de todos nós para a prática real dos princípios básicos da convivência.
Adorei ver a sua capacidade de percepção da realidade humana e me orgulho em perceber que você se mantém intacta a essas aberrações inescrupulosas daqueles que acham que a nossa verdadeira essência se baseia na cor da pele.
Amo você por demais.

BlogdaPri disse...

Olá, tudo bem ? Adorei seu Blog , achei super bacana e já vou te seguir aqui !! Entra no meu Blog pra conhecer tb , vc vai curtir !! bjss PRI

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